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09/09/2024

Como Usar Créditos de Energia Solar em 2024?

Você sabia que o excedente da energia gerada pelo seu sistema solar pode se transformar em créditos e gerar economia por anos? Descubra como esse processo funciona e como você pode otimizar seu investimento em energia solar. Boa leitura!

12/09/2024

A energia solar tornou-se uma alternativa essencial para empresas e residências que buscam uma solução energética sustentável e econômica. Uma das ferramentas mais vantajosas que acompanham esse crescimento é o sistema de créditos de energia solar.

Regulamentado no Brasil pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), esse mecanismo permite que consumidores com sistemas fotovoltaicos conectados à rede pública possam transformar o excedente de energia em créditos.

Esses créditos geram economia e ainda fortalecem a independência energética do consumidor. Neste artigo, vamos detalhar o funcionamento desse sistema, suas implicações legais e os benefícios técnicos e financeiros para empresas e residências.

O que são Créditos de Energia Solar?

Os créditos de energia solar surgem quando a energia gerada por painéis solares em um sistema on-grid, conectado à rede de distribuição pública, excede o consumo local.

Esse excedente energético é injetado na rede elétrica e, em troca, o consumidor recebe créditos em kWh, que podem ser utilizados para abater o consumo futuro.

O sistema foi regulamentado pela primeira vez pela Resolução Normativa nº 482/2012 da ANEEL, que estabeleceu o Sistema de Compensação de Energia Elétrica.

Com o tempo, novas leis e regulamentos surgiram para aprimorar essa prática, sendo a mais recente o Marco Legal da Geração Distribuída, promulgado pela Lei 14.300/2022.

Esse marco trouxe ajustes importantes para o setor, como a implementação de um período de transição para novas instalações e a introdução de regras para a compensação de energia.

Quem Pode Participar do Sistema de Créditos de Energia Solar?

Para fazer parte do sistema de créditos de energia solar, o consumidor precisa atender a alguns requisitos básicos. Primeiramente, ele deve ser um consumidor cativo, ou seja, deve comprar energia diretamente da concessionária de distribuição.

Além disso, é necessário que o sistema fotovoltaico esteja conectado à rede elétrica (on-grid) e que seja classificado como microgeração (potência de até 75 kW) ou minigeração distribuída (potência entre 75 kW e 5 MW).

Empresas e residências com sistemas de micro e minigeração podem participar da compensação de créditos, mas é importante verificar as regras locais.

Por exemplo, a maioria dos estados brasileiros limita a potência de minigeração a 1 MW, enquanto em Minas Gerais o limite é de 5 MW. É essencial consultar a concessionária de energia da sua região para entender o limite de geração e as exigências específicas.

O Funcionamento Técnico dos Créditos de Energia Solar

O princípio por trás dos créditos de energia solar é simples, mas tecnicamente robusto.

Um sistema de energia fotovoltaica on-grid opera de forma integrada à rede elétrica. Durante o dia, quando há alta incidência solar, os painéis solares captam a energia do sol e a convertem em eletricidade. Se o sistema gera mais energia do que o necessário para o consumo imediato, o excedente é automaticamente injetado na rede.

Esse processo é medido por um medidor bidirecional, que registra tanto a energia consumida da rede quanto a energia injetada.

Ao final de cada mês, a distribuidora de energia calcula a diferença entre o consumo e a geração. Caso a geração seja superior ao consumo, o consumidor recebe créditos de energia solar equivalentes ao excedente, os quais são medidos em kWh.

Esses créditos podem ser utilizados nos meses subsequentes para compensar o consumo de eletricidade.

Validade dos Créditos de Energia Solar e Regulamentação

De acordo com a regulamentação atual, os créditos de energia solar têm uma validade de 60 meses (cinco anos), contados a partir da data de sua geração.

Esse prazo foi estabelecido para garantir que o consumidor possa utilizar o excedente energético de forma eficiente, especialmente em períodos de menor geração solar, como durante o inverno.

A Lei 14.300/2022, também conhecida como Marco Legal da Geração Distribuída, estabeleceu novas regras de transição para o sistema de compensação de energia.

Sistemas fotovoltaicos instalados até 6 de janeiro de 2023 podem continuar operando sob as regras antigas, ou seja, a compensação de energia segue a paridade de 1:1 até 2045.

Após essa data, sistemas conectados à rede terão que pagar uma parte dos encargos de uso do sistema de distribuição (chamados de TUSD Fio B).

A transição para essa nova regra será gradual, com percentuais de pagamento escalonados até 2029. A tabela de escalonamento define que, a partir de 2023, consumidores começarão a pagar 15% dos encargos, aumentando progressivamente até alcançar 90% em 2028. Esse período de transição foi criado para suavizar o impacto financeiro sobre os novos sistemas.

Benefícios dos Créditos de Energia Solar para Empresas e Residências

O uso de créditos de energia solar proporciona uma série de benefícios técnicos, financeiros e operacionais para empresas e residências.

A principal vantagem, claro, é a redução dos custos com energia elétrica. Empresas que investem em sistemas solares podem economizar até 90% na conta de energia, dependendo do seu consumo e da capacidade de geração do sistema.

Outro benefício fundamental é a proteção contra os aumentos tarifários. As tarifas de energia elétrica no Brasil são sujeitas a variações sazonais e políticas, sendo impactadas pelas bandeiras tarifárias (verde, amarela e vermelha), que refletem o custo de geração de energia em diferentes períodos.

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Como os créditos de energia são calculados em kWh e não em valores monetários, a energia solar protege o consumidor contra essas oscilações de preços.

Além disso, o investimento em energia solar gera benefícios fiscais.

A Lei nº 13.169/2015 isenta a cobrança de PIS/Cofins sobre a energia solar injetada na rede, enquanto a Resolução do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ) isenta o ICMS em 23 estados brasileiros para sistemas de micro e minigeração com potência de até 1 MW.

Esse cenário fiscal favorável torna o retorno sobre o investimento em energia solar ainda mais atrativo.

Outras Modalidades de Utilização dos Créditos de Energia Solar

Além da compensação direta na conta de luz, os créditos de energia solar podem ser utilizados em outras modalidades, ampliando sua aplicabilidade.

Uma das principais opções é o autoconsumo remoto, que permite ao consumidor utilizar os créditos gerados em uma propriedade para abater o consumo de outra unidade, desde que ambas estejam na mesma área de concessão e tenham o mesmo titular (CPF ou CNPJ).

Outra modalidade interessante é a geração compartilhada, onde um grupo de consumidores pode se reunir em cooperativas ou consórcios para construir um sistema de geração de energia solar e compartilhar os créditos gerados.

Esse modelo é vantajoso para empresas com filiais ou para residências localizadas em condomínios, onde o sistema fotovoltaico pode atender a várias unidades consumidoras ao mesmo tempo.

Impacto Ambiental e Sustentabilidade

Os créditos de energia solar também têm um impacto ambiental significativo, uma vez que promovem a utilização de uma fonte de energia limpa e renovável.

O Brasil, por ser um dos países com maior incidência solar no mundo, oferece um cenário ideal para a expansão da energia solar. Cada quilowatt-hora de energia solar produzido evita a emissão de gases de efeito estufa que seriam gerados pela queima de combustíveis fósseis, como carvão ou gás natural.

Além disso, o crescimento da energia solar no Brasil contribui diretamente para a meta de descarbonização estabelecida pelo governo brasileiro nos acordos internacionais, como o Acordo de Paris.

Empresas que adotam sistemas de energia solar também melhoram sua imagem institucional, alinhando-se com as demandas crescentes por práticas sustentáveis e de responsabilidade ambiental, o que pode gerar vantagens competitivas.

Perguntas Frequentes

É possível vender créditos de energia solar excedentes?

Atualmente, no Brasil, não é permitido vender os créditos de energia solar excedentes. O sistema de compensação foi desenhado para abater o consumo futuro de eletricidade do próprio gerador ou de outras unidades do mesmo titular. No entanto, há discussões sobre possíveis mudanças na regulamentação para permitir que, no futuro, os consumidores possam vender seus créditos, especialmente no Mercado Livre de Energia, que já funciona para grandes consumidores.

Como funciona o sistema de microgeração e minigeração para condomínios?

Condomínios podem instalar sistemas de micro ou minigeração distribuída para gerar energia solar e compartilhar os créditos de energia solar entre os moradores. A energia gerada pode ser usada tanto para abastecer as áreas comuns quanto para compensar o consumo de cada unidade habitacional. A distribuição dos créditos é feita proporcionalmente ao consumo de cada unidade, de acordo com as regras estabelecidas pela Aneel e pela concessionária local.

Quais são os custos iniciais de instalação de um sistema de energia solar?

Os custos iniciais de instalação de um sistema de energia solar variam de acordo com o tamanho do projeto e a qualidade dos equipamentos. Para sistemas residenciais, o investimento pode variar entre R$ 15.000 e R$ 40.000, enquanto sistemas comerciais e industriais maiores podem custar entre R$ 100.000 e R$ 1 milhão. No entanto, o retorno sobre o investimento, geralmente de 4 a 6 anos, é acelerado pela economia gerada pelos créditos de energia solar.

O que é a manutenção preventiva de sistemas solares e como ela influencia a geração de créditos?

A manutenção preventiva de sistemas solares envolve a limpeza regular dos painéis fotovoltaicos e a inspeção técnica dos inversores e cabos. Manter o sistema em boas condições é essencial para garantir sua máxima eficiência. Um sistema sem manutenção adequada pode ter sua capacidade de geração reduzida, o que impacta diretamente a quantidade de créditos de energia solar acumulados ao longo do tempo.

Conclusão

Os créditos de energia solar são uma ferramenta poderosa para empresas e residências que desejam reduzir seus custos com energia e contribuir para um futuro mais sustentável. Com uma regulamentação robusta e benefícios fiscais atraentes, o sistema de compensação de energia oferece vantagens tanto econômicas quanto ambientais.

Além de permitir uma economia substancial na conta de luz, os créditos de energia solar garantem proteção contra a inflação tarifária e incentivam o uso de fontes renováveis, contribuindo para a preservação ambiental. Para empresas que buscam inovação e sustentabilidade, investir em energia solar não é apenas uma decisão financeira inteligente, mas também um compromisso com o futuro.

Se sua empresa ainda não faz parte do sistema de créditos de energia solar, este é o momento ideal para investir nessa solução.